ENDERECEI CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA - EMPREENDIMENTOS TURISTICOS NO MECO
Enderecei CARTA ABERTA ao Exmo. Sr. Presidente da República Portuguesa Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência do conjunto de empreendimentos turísticos viabilizados para o Meco manifestando a minha preocupação e apelando à atenção do Sr. Presidente da República sobre os mesmos
Anexei também os textos que publiquei com os títulos:
REPORTAGEM SIC - EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS NO MECO
O MAIOR ATENTADO DE SEMPRE NO MECO ESTÁ EM CONSULTA PÚBLICA - EMPREENDIMENTO TURISTICO IDILUZ
MAIS 180 CAMAS APROVADAS NO MECO
AFINAL A OPINIÃO DO CIDADÃO COMUM VALE É MUITO!!
OUTRA VEZ OS EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS NO MECO
EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS – MECO
MAIS 450 CAMAS APROVADAS PARA O MECO!!
“SE A MEMÓRIA NÃO ME FALHA”, O “PINHAL DO ATLÂNTICO” FOI APROVADO O ANO PASSADO!
A MINHA PARTICIPAÇÃO NA CONSULTA PÚBLICA sobre o "ECO-HOTEL ETOSOTO" - CABO ESPICHEL
Partilho publicamente, o teor da mesma:
Assunto: Carta Aberta sobre Empreendimentos turísticos no Meco - Concelho de Sesimbra
Enquanto cidadã portuguesa, munícipe do Concelho de Sesimbra, venho por este meio apelar a melhor atenção e reflexão de V.Exa. sobre os vários empreendimentos turísticos que se pretendem consolidar nas encostas do Meco, no concelho de Sesimbra.
Depois de avanços e recuos; depois da contestação pública; depois da petição pública “contra grandes projectos imobiliários de natureza turística na zona da Aldeia do Meco” (que recolheu mais de 5 mil assinaturas e, até hoje, não foi discutida/analisada pela Assembleia da República); depois das várias reportagens na comunicação social; depois da queixa apresentada pela Associação ZERO na Comissão Europeia (e ainda sem resposta); a consolidação de vários empreendimentos turísticos nas encostas do Meco, concelho de Sesimbra, parece avançar de forma vertiginosa.
A ideia de povoar as encostas do Meco com empreendimentos turísticos não é nova; é anterior a 1974. No entanto, o «estado novo» nunca os viabilizou, três Presidentes de Câmara nunca os viabilizaram e, o estado português sempre inviabilizou qualquer ocupação daquela que é uma das mais belas paisagens da costa portuguesa que, chegada ao século XXI e depois de várias iniciativas anuladas, permaneceu intacta, constituindo-se num território natural de valor incalculável e único.
Numa altura em que os valores ambientais, a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas estão na ordem do dia, será um contrassenso permitir a massificação de um território natural (com empreendimentos turísticos, infraestruturas, poluição e pressão humana sobre valores naturais de excepção) que integra a Rede Natura 2000, zonas de REN e de RAN, a Zona Especial de Conservação (ZEC) Arrábida/Espichel (PTCON0010), e zonas de habitats considerados prioritários.
Enquanto cidadã portuguesa, esperaria que o estado português assegurasse a preservação da paisagem natural de uma das mais belas paisagens da costa portuguesa (conforme assegurou desde os anos 70 do século passado). Apelo por isso a V. Exa. que possa interceder no sentido de preservar aquele património natural, no seguimento daquelas que são as directivas europeias e as normas legais em vigor.
A consolidação de vários empreendimentos turísticos (na minha opinião) será catastrófica, não só para os valores naturais e habitats existentes, mas também para toda a dinâmica de um território de baixa densidade, sem qualquer estrutura que suporte uma ocupação maciça de hotéis e aldeamentos turísticos.
Sesimbra é um Concelho verde, de paisagens e valores ambientais únicos. O turismo deve respeitar esta realidade, aliando as suas intenções ao património natural, cultural e identitário existentes. As encostas do Meco são, por si só, um activo/atractivo turístico. Consolidar empreendimentos turísticos em áreas de Rede Natura 2000, pendurados sobre encostas, ocupando territórios que, por existirem intocáveis, assim devem ser preservados e valorizados, desrespeitará todas aquelas que são as preocupações nacionais e mundiais sobre a natureza, os recursos naturais e o ambiente.
Atenciosamente,
Sandra M. B. Patrício
23.Maio.2025
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