MAS O QUE É ISTO???
Naquele que era apenas um passeio pela marginal de Sesimbra, num final de tarde sereno, revelou-se verdadeiramente inacreditável. Todos estarão lembrados das obras que decorreram ao longo da marginal de Sesimbra durante cerca de dois anos, substituindo a iluminação pública por luminárias do século XXI, anulando fios e cabos que trespassavam os céus, definindo passeios largos e generosos, reduzindo a faixa de rodagem para apenas um sentido de trânsito, colocando mobiliário urbano (bancos, papeleiras, pérgulas de ensombramento) e árvores e, substituindo os pavimentos então existentes por lajetas de betão nas cores cinza e branco, pedra da região (nas entradas de praia) e, cubos em calcário e granito. Esta obra que mudou a imagem da marginal de Sesimbra, enquanto espaço público pedonal de excelência, custou-nos a todos, mais de dois milhões de euros.
Naquele que será um edifício altamente polémico, perante os sesimbrenses, quando estiver no seu esplendor, pendurado sobre a faixa de rodagem, eis que foram partidas uma quantidade de lajetas de cor cinza para que as necessárias infraestruturas (do novo edifício) pudessem ser executadas. E coube ao dono da obra, repor a imagem inicial. Ou seja, reparar o que estragou.
E como é que o dono da obra reparou o que estragou? Pasme-se: ao invés de colocar lajetas novas (na cor cinza) iguais às existentes, cimentou toda a zona destruída e, com a ajuda de um utensilio qualquer bicudo, riscou no cimento um conjunto de traços, simulando dessa maneira, um pavimento de lajetas de cor cinza e respectivas juntas entre as mesmas. Inacreditável. Melhor do que as palavras, serão mesmo as imagens que ilustram este post.
2 milhões de euros! Cada metro quadrado daquelas lajetas de betão de cor cinza e branca, foi uma pequena fortuna, paga por todos nós! Espero sinceramente que se trate de um lapso, de um erro qualquer.
Que a entidade competente exija a reposição de facto, das lajetas de betão na cor cinza, iguais às que existiam e que, naquela que é uma gestão “das pessoas para as pessoas” centrada naquela promessa eleitoral de “envolver cada vez mais os cidadãos no processo de tomada de decisões”, esclareça o que raio aconteceu, acontece e irá ainda acontecer.
Depois da pandemia e das medidas excepcionais que permitiram a invasão do espaço público da marginal de Sesimbra com esplanadas, estrados de madeira (que depois se transformaram em salas de jantar devidamente climatizadas e protegidas com panos de vidro), só faltava mesmo permitir a execução de um pavimento de cimento com uns riscos a simular as juntas das lajetas de betão! Inacreditável.
E já agora: as lajetas de betão brancas que foram partidas, também devem ser substituídas, ao invés de andarem a colocar massa de cimento. Porque uma coisa será a fundação necessária para colocar os pilaretes; outra coisa bem diferente é o cimento espalhado todo à volta do buraco do pilarete, para tapar as falhas e as faltas de cubos de calçada em granito.
É tudo tão ridículo. Valha-nos Deus.
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