MAIS 450 CAMAS APROVADAS PARA O MECO!!
A imagem que ilustra este post, corresponde ao conjunto de deliberações de Câmara, tomadas por unanimidade, nos últimos quatro anos, relativamente a empreendimentos turísticos a consolidar na zona da Aldeia do Meco, Fornos, Fetais, Caixas, Aguncheiras, Serra da Azoia, Aldeia Nova da Azoia e Cabo Espichel.
Conforme já referi anteriormente (AQUI), foram viabilizadas para a zona do Meco cerca de 4.000 camas, nos últimos quatro anos. Por unanimidade e sem discussão politica porque, aparentemente e sobre estas matérias, a decisão é técnica e não política, (DESDE QUANDO É QUE SESIMBRA SE TORNOU NUM REGIME TECNOCRÁTICO?). Acrescem a estas camas todas aquelas que irão resultar da transformação do Santuário da Nossa Senhora do Cabo Espichel num hotel (inicialmente com um número de quartos estimados de 66, a que corresponderão cerca de 130 camas). E também, todas as deliberações de Câmara que aprovaram nos últimos quatro anos, por unanimidade, empreendimentos turísticos na zona da Serra da Azoia e Aldeia Nova da Azoia e a que correspondem cerca de 150 camas.
Ou seja, num hipotético triângulo Aldeia do Meco/Caixas/Cabo Espichel, irão surgir, graças às aprovações dos últimos quatro anos, mais de uma dezena de empreendimentos turísticos com capacidade de alojamento superior a 4.200 camas.
Relembro que a “Petição Pública contra grandes projectos imobiliários de natureza turística na zona da Aldeia do Meco” refere apenas quatro projectos, num total de 1.832 camas. Relembro também que, felizmente, quer a APA, quer a CCDR, quer o PARTICIPA, disponibilizam todos os elementos necessários ao conhecimento geral da população sesimbrense, sempre que ocorre uma consulta pública relativamente a estudos de impacto ambiental.
Sobre os restantes empreendimentos turísticos que não são sujeitos a consulta pública decorrente dos estudos de impacto ambiental, nada. Nem uma palavra. E nem pensar numa deliberação política sustentando a visão estratégica do executivo municipal relativamente à massificação de uma área natural rodeada por todo o tipo de servidões e restrições. A mim, e é apenas a minha opinião, parece-me que se trata de um gigante puzzle onde se encaixam empreendimentos turísticos à medida, sem entrar em zonas de REN, Rede Natura 2000, zonas de protecção definidas pelo POPNA, pelo POOC, pelas ZPE,… como se na natureza existisse uma qualquer barreira invisível ao olho humano mas que os valores naturais presentes respeitam. Uma espécie de meridiano que só a natureza vislumbra.
Volto a referir que todos os empreendimentos turísticos estão sujeitos a consulta pública dado que os mesmos não resultam de loteamentos ou planos de pormenor. Os únicos empreendimentos turísticos que não estão sujeitos a consulta pública serão os que vierem a ser consolidados na Mata de Sesimbra. E porquê? Porque os mesmos resultam de planos de pormenor que já foram sujeitos a consulta pública (obrigatória nos termos da lei).
E graças ao PARTICIPA é possível saber o que raio irá ser construído entre a Praia das Bicas e a Praia da Foz e que corresponde à mancha amarela na imagem que ilustra este post. Transcrevo:
“A propriedade onde se pretende implantar o Projeto possui cerca de 83,2 ha. No entanto, apenas prevê ocupar a parcela nordeste do mesmo numa área com cerca de 51,2 ha.
Nessa parcela Nordeste, o Projeto prevê o fracionamento em 55 lotes destinados à edificação urbana afetos a Estabelecimento Hoteleiro, de turismo em espaço rural, na tipologia de Hotel-Apartamento de 4 Estrelas. Estes lotes são constituídos por:
- Núcleo Central: Constituído pelo lote destinado aos blocos aos quartos e/ou suites do Estabelecimento Hoteleiro, num total de 36 unidades de alojamento (Lote 1); O estabelecimento hoteleiro; Módulo de apoio aos hóspedes, que para além da tradicional receção, prevê a instalação de uma zona de restauração, com a respetiva área de serviço, salas de reunião e uma piscina exterior
- Em redor do núcleo central: Os lotes destinados aos apartamentos e/ou moradias, agrupados por zonas em função da dimensão do terreno e do programa habitacional, com áreas de construção que variam entre os 100m2 e os 720m2 , perfazendo no total 76 unidades de alojamento.
São ainda previstos os seguintes equipamentos: Portaria, Edifício administrativo, Celeiro, Health Center/SPA e Estúdio de música/Cowork, campo desportivo descoberto, edifício de apoio aos campos desportivos, e edifício backoffice.”
E porque “a opinião do cidadão comum vale o que vale” (frase proferida na Assembleia Municipal), partilho o LINK para a consulta pública que decorre até ao dia 23 de Agosto. E claro, na página da Câmara Municipal de Sesimbra, a divulgação desta consulta pública é tímida e reservada. Sem dar nas vistas. Isso seria dar muita importância à “opinião do cidadão comum”.
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