TRÊS ANOS ÀS ESCURAS - CASTELO DE SESIMBRA
Hoje, passam três anos sobre o incêndio que deflagrou na encosta norte do Castelo de Sesimbra e queimou a estrutura eléctrica que iluminava a Torre de Menagem e toda a muralha norte. Há três anos, o então executivo camarário de maioria CDU afirmava que a reparação da iluminação exterior localizada na encosta norte ocorreria com “a maior brevidade”. No entanto, passados que são três anos (três anos!!) a muralha norte e a Torre de Menagem continuam às escuras.
No ano passado, e aproveitando um sem número de promessas eleitorais que todos os partidos e candidatos iriam fazer para o Concelho e para cada Freguesia, sugeri que nessas promessas eleitorais constasse a reposição da iluminação da encosta norte do Castelo de Sesimbra, logo na primeira semana a seguir à tomada de posse. A verdade é que nenhuma força politica ou candidato prometeu a reposição da iluminação.
E a verdade é que também, até hoje, nenhum dos eleitos se mostrou preocupado ou interessado em que a iluminação da muralha norte e da Torre de Menagem fossem repostas. Há coisas de muito maior relevância e importância para dedicarem o precioso tempo ou meio tempo que detêm.
E também é verdade que, até hoje, o executivo camarário que deixou de estar em maioria, não deu qualquer tipo de informação relativa à reposição da iluminação. Há informações muito mais importantes para serem partilhadas.
E claro, há coisas mais importantes onde gastar dinheiro.
Mas caramba, três anos para repor a iluminação naquele que é o único Monumento Nacional do território sesimbrense? Importa lembrar que a estrutura eléctrica está a funcionar, conforme provam as fotografias que partilhei no dia 12 de Julho e em que a Torre de Menagem e parte da muralha norte do Castelo surgiram, ao início da noite, na cor rosa. E durante vários minutos, as cores foram saltitando de rosa para azul, verde, vermelho, amarelo,… (LINK) Depois, voltou à escuridão.
No portal base.gov, foi publicitado no dia 9 de Agosto que o Município de Sesimbra adjudicou a (e cito) “aquisição de material para reparação da iluminação das muralhas norte do Castelo de Sesimbra”, num valor superior a 74 mil euros. Vendo o detalhe do contrato, verifica-se que a adjudicação terá ocorrido a 27 de Julho e que o prazo de execução seria de 14 dias. Ou seja, hipoteticamente, a “reparação da iluminação das muralhas norte do Castelo de Sesimbra” estaria concluída ontem, dia 10 de Agosto (sabendo-se no entanto que no dia 12 de Julho – 15 dias antes da adjudicação do contrato – a estrutura eléctrica estava a funcionar e em várias cores).
Querem ver que hoje, para assinalar os três anos depois do incêndio, a muralha norte e a Torre de Menagem do Castelo de Sesimbra voltarão a estar iluminadas? E em que cores?
A imagem que ilustra este post foi tirada na madrugada de hoje, mostrando um castelo fantasma iluminado apenas pela luz lunar. Irei actualizando se por um acaso, e por vontade de algum edil, se faça luz!
(Perdoem-me o trocadilho forçado. Apenas para dizer que o projecto relativo ao empreendimento turístico no Meco – IDILUZ – está novamente em consulta pública até ao dia 24 de Agosto. Foi reformulado, reduzido, reconfigurado, tendo em vista (entre outros) e cito: “diminuir o impacte do projecto”. Há coisas absolutamente fantásticas. Terá sido a opinião do cidadão comum que, afinal, vale e muito?)
Adiante. Voltando ao tema:
Mais de 74 mil euros serão gastos para repor a iluminação da muralha norte do Castelo de Sesimbra.
E se a decisão tomada por vários governos europeus, de apagar os monumentos nacionais e edifícios públicos para poupar energia, vier a ser tomada pelo governo português?
Significa que mais de 74 mil euros vindos directamente dos impostos dos sesimbrenses ficarão enterrados e apagados na encosta norte do Castelo de Sesimbra.
Não teria sido mais prudente, e uma vez que já passaram três anos sobre o incêndio (ou seja, não havia nem nunca houve pressa nenhuma em repor a iluminação), aguardar pela tomada de posição/decisão do governo português perante um Inverno que irá ser duro (com os valores do gás e da energia a disparar) face às consequências da guerra desencadeada pela Rússia, ao invadir militarmente a Ucrânia?
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