SESIMBRA, UMA IDEIA DE REVOLUÇÃO
A imagem que ilustra este post corresponde a uma das várias obras executadas no Concelho, ao abrigo do 'pomposo' Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável. E de facto, uma simples imagem grita mais alto do que mil palavras.
Não vou voltar ao mesmo tema. Nem sequer vou enumerar as diferentes obras executadas com um investimento de cerca de 3,2 milhões de euros e que visam e cito “o acesso pedonal aos principais hubs de transportes públicos do Concelho”. Nada disso.
Vou antes referir-me à conferência de imprensa realizada pela Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) realizada no passado dia 16 de Junho. Será com um investimento de cerca de 600 mil euros que a ERT-RL propõe um “programa de dinamização e captação de turismo interno, que inclui a realização de várias acções de campanha em diferentes plataformas”. A ideia é a de disponibilizar pacotes de experiências a preços apelativos, dinamizando o mercado interno e atraindo os portugueses que, por força do vírus, passarão o seu período de férias dentro do território português. E com esta iniciativa, pretende a ERT-RL “minimizar prejuízos causados no sector do turismo pela pandemia”. E o que propõe o programa? A realização de seis experiências na Região de Turismo de Lisboa. Repito: seis experiências.
E quais são as experiências?
1ª. Percursos de arte urbana nos bairros de Lisboa e Loures (agora em isolamento);
2ª. Um jantar numa casa de fado, com um custo de 25 euros (entenda-se, em Lisboa).
3ª. Um passeio de barco pelo rio Sado.
4ª., 5ª e 6ª. Visitas a adegas e passeios diferenciados pelos concelhos de Mafra, Sintra e Cascais.
Importa referir que a ERT-RL integra 18 concelhos. Nove na margem sul. E apenas uma experiência se irá realizar na margem sul: um passeio de barco pelo rio Sado. Ao que parece só cinco concelhos da ERT-RL sofreram prejuízos causados pela pandemia. E são os “do costume com os mesmos de sempre” que terão um investimento de cerca de 600 mil euros para a promoção das suas atractividades.
Depois desta informação fantástica da ERT-RL, nomeadamente sobre a margem sul e sobre o concelho de Sesimbra, na reunião de Câmara do passado dia 24 de Junho, o executivo municipal deliberou por unanimidade, e cito: “a adesão do Município à campanha promocional de turismo interno na Região de Lisboa através da oferta de pack de marcadores de livros na Loja YES aos turistas que apresentem o Lisboa Card”.
Os portugueses de férias, que este ano se apresentarem na loja YES, e desde que munidos do Lisboa Card, serão presenteados com um pack de marcadores de livros! Não tenho palavras. Apenas uma pergunta: se eu quiser ser presenteada com um pack de marcadores de livros sobre a minha terra, onde posso adquirir o Lisboa Card?
Adiante. Ainda na mesma reunião de Câmara, o executivo voltou a deliberar por unanimidade sobre a construção de um condomínio constituído por moradias e piscinas. Diz a deliberação que haverá lugar ao pagamento (em euros) das áreas que não são cedidas para espaço público e para estacionamento público. O executivo deliberou por unanimidade.
Perdoem-me este relambório de eventos ocorridos (que parecem pequenos nadas e completamente desconexos) mas, não sabem todos os Sesimbrenses que o maior problema do Concelho é a falta de espaços públicos, a falta de estacionamento público e a sazonalidade que afecta, não só as actividades turísticas mas também todo o comércio e restauração?
Não sei se chore se ria. E seria mais fácil baixar os braços. Mas não consigo. Porque acredito que há futuro e que Sesimbra pode afirmar-se como um exemplo de sucesso na ERT-RL, na Península de Setúbal e no país, a todos os níveis: turístico, urbano, social, educacional, intergeracional, sustentável, atractivo, verde e inovador.
E eu, que sou apenas uma munícipe interessada no futuro da minha terra, tive uma ideia: iniciar uma série de posts com propostas concretas (ideias) para Sesimbra. Porque as ideias, se não forem partilhadas e divulgadas não servem para nada. São ideias na gaveta e dessas, infelizmente, é provável que Sesimbra as tenha aos milhares.
E não, esta futura partilha de ideias não tem qualquer intenção política ou partidária. Pode ser aproveitada ou pode apenas ficar aqui, à deriva, perdida nos milhares de milhões de publicações que enchem a internet.
E também não. Não é uma partilha de ideias que se irá limitar a comentar o que foi feito ou o que está a ser feito. Sobre essas matérias já existem milhares de milhões de comentários no mundo cibernauta.
Será, apenas e só, uma partilha de ideias. Criticáveis, censuráveis até. Perdoem-me pois a ousadia. A ingenuidade ou a presunção, de pensar que as minhas ideias possam ter algum tipo de crédito para quem quer que as leia.
Este é pois, o post de abertura de um novo capítulo: a partilha de ideias para Sesimbra. É portanto o primeiro de alguns posts (não sei quantos serão e com que regularidade). E sim, podem questionar-me: mas porquê? Porquê fazer isto? A resposta é simples: porque não posso pura e simplesmente ficar de braços cruzados e não fazer nada e não dizer nada. Não contribuir com coisa nenhuma para aquela que é a minha terra, que me viu crescer e que contribuiu inequivocamente para a construção da minha pessoa. Nem que seja apenas para ficar de consciência tranquila.
E podem dizer: vai para um partido! E eu respondo: o meu caminho não é esse. Gozo da felicidade, de pássaro livre!
E porque acredito que sim, que Sesimbra pode ter a curto prazo um futuro risonho, ‘alavancado’ (uma palavra que está agora na moda 😊) através dos programas europeus de financiamento e que começam a ser delineados (sabendo-se dos milhões que serão disponibilizados como ‘alavancagem’ – outra palavra da moda 😊 – da economia europeia face à pandemia), desafio todos os conterrâneos, naturais, visitantes e apaixonados por Sesimbra a idealizarem uma Sesimbra para o futuro. O que queremos? O que não queremos? O que deveria ser feito? (para além de mais estacionamento) E o que não deveria ser feito?
Da minha parte, darei notícias. Até breve!
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