LUÍS SEPÚLVEDA

Socialista convicto. Esteve preso. Foi torturado. Poderia ser uma pessoa amargurada, triste com a vida. Mas não. Continuou. Firme. Convicto nos seus valores, nos seus combates pela liberdade, igualdade e protecção ambiental.

Conhecia Portugal e, não fosse a dificuldade da língua, provavelmente teria cá morada habitual. Porquê? Porque ouviu o nome “Portugal” na prisão. No dia 26 de Abril de 1974. O guarda prisional ter-lhe-á dito: “Vocês ganharam em Portugal”. E na primeira vez que visitou o nosso país, pediu para visitar Grândola. Por causa da canção que fez uma revolução.

Não me lembro quando é que cheguei ao escritor Luís Sepúlveda. Mas lembro-me das diferentes histórias que li e que partilho aqui um excerto do livro “Mundo do fim do mundo”:

Sou um dos tantos que conheceram a prisão e fugiram do horror para reunir forças na terra de ninguém do exílio, mas o mundo saudou-nos com a bofetada de uma realidade desconhecida.”

E foi com uma “bofetada de uma realidade desconhecida” que Luís Sepúlveda perdeu a vida, aos 70 anos. 

Termino com uma frase do livro “Uma história suja”, para que este vírus invisível que mudou as nossas vidas, não se torne um dia, diminuído ou insignificante:

«Morre mais gente em acidentes de viação», garantiu um filósofo parvo.



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