A VERDADE SOBRE O COELHINHO DA PÁSCOA

E de repente damos por nós a pensar no que raio significa o “coelhinho da Páscoa”?

E porque a História é feita de histórias, com mitos, ritos, símbolos e significados, vamos começar por partes:

Aquela que terá sido a maior civilização do mundo e que se entranhou em todas as outras civilizações, com muitos dos seus mitos e ritos, muitos deles “adaptados” a novas crenças e verdades: Egipto. Esta civilização milenar, com os seus segredos, práticas, magias e crenças, continua a fascinar milhares de pessoas pelo mundo e, diariamente, são descobertas mais evidências, mais registos, mais grandezas, algumas ainda indecifráveis.

E o que é que o Egipto tem que ver com o “coelhinho da Páscoa”? Tudo. Ou nada.

A verdade é que o povo egípcio atribuía símbolos a tudo e mais alguma coisa e, no caso, o coelho, simbolizava o nascimento, uma nova vida. E porquê o coelho? Porque provavelmente seria o animal mais fértil, com uma capacidade de reprodução notável e que geravam grandes ninhadas (as coelhas podem ser mães cerca de 6 vezes por ano, em ninhadas compostas por 8 a 14 coelhinhos). Para outras das civilizações da Antiguidade, o coelho era também o símbolo da Lua, de uma lua específica: a primeira Lua cheia da Primavera. Ou seja, o coelho era um símbolo de fertilidade, de vida, associado ao equinócio da Primavera e à Lua cheia, numa esperança de que as novas colheitas fossem prósperas e férteis.

E o que é que isto, tem que ver com a Páscoa? Tudo. Ou nada.

A palavra “Páscoa”, significa “passagem”. Para os judeus celebra, sobre o comando de Moisés, a saída do povo hebraico do Egipto (com imagens épicas no famoso filme “10 Mandamentos”). Para os cristãos, a Páscoa judaica coincide com o Domingo de Ramos, dia em que Jesus Cristo entrou no templo de Jerusalém. O dia de Páscoa, ocorre no domingo seguinte e celebra a ressurreição de Cristo (do qual o filme “O Filho de Deus” com Diogo Morgado é um excelente exemplo).

E o que é que isto tem que ver com o Egipto e a Antiguidade? Tudo. Ou nada.

A Páscoa é celebrada no domingo depois da primeira Lua cheia da Primavera. Se considerarmos o dia 21 de Março como primeiro dia de Primavera (apesar de astronomicamente o equinócio da Primavera ocorrer a 20 de Março), a primeira Lua cheia da Primavera (deste ano) será a 8 de Abril (que será a maior super-lua do ano 2020), pelo que a Páscoa, o domingo de Páscoa, é no domingo seguinte, dia 12 de Abril. (Curiosamente, e este ano, o domingo de Pentecostes coincidirá com o Dia do Pescador: 31 de Maio).

Então, o que é que o “coelhinho” tem que ver com a “Páscoa”? Tudo. Ou nada.

A Páscoa significa “passagem” e é celebrada no domingo seguinte à primeira Lua cheia da Primavera, cujo símbolo era o coelho. E que, simultaneamente simbolizava o nascimento, uma nova vida.

Transcrevo aqui uma passagem do livro “Pedra Alta”:

“ Por vezes temos e fazemos coisas sem saber porquê… rituais que passam de geração em geração, de «era» para «era», e que por qualquer motivo inconsciente, continuamos a repetir.” 

Ou seja, o “coelhinho” está na “Páscoa”. E a “Páscoa” tem “coelhinhos”!

Assim como “ovos”! 

Mas esse, será o tema do próximo post 😊

Até lá!