TWELFTH ROUND: COSTA/RIO. AND THE WINNER IS...

Último debate a dois. Pavilhão do Conhecimento, com transmissão em simultâneo na RTP, SIC e TVI. António Costa, de fato azul escuro, camisa branca e gravata azul escura com pintas azuis claras. Rui Rio também de fato azul escuro, camisa branca e gravata azul clara. 

Moderam o debate, Clara de Sousa (SIC) de vestido azul-petróleo; Maria Flor Pedroso (RTP) de casaco preto e pregadeira na lapela; José Alberto Carvalho (TVI) de fato azul, camisa branca e gravata azul com pintas brancas.

E começa Clara de Sousa, dizendo que Rui Rio acusou António Costa de não ter aproveitado o clima económico, tendo gerido o presente sem cuidar do futuro. Foi uma oportunidade perdida do país?

Rui Rio cumprimenta todos e responde: "Considero que sim. O PS conseguiu uma vez na vida fazer as contas certas. Foram as contas externas e a conjectura que empurrou para esta situação".

Clara de Sousa questiona António Costa sobre o facto de chegar ao fim da legislatura com valores que são quase os mesmos de Passos Coelho. E António Costa, depois de cumprimentar todos, responde: "Portugal cresceu acima da média europeia pela primeira vez neste século".

E é a vez de José Alberto Carvalho perguntar pelo investimento público, que em 4 anos praticamente desapareceu. Mas agora a proposta do PS avança com o aeroporto do Montijo, com o plano da ferrovia, com a nova travessia do Tejo. António Costa interrompe de imediato: "Travessia do Tejo?" E José Alberto Carvalho pergunta se não há? E António Costa responde: "Que eu saiba, não!" Mas a pergunta de José Alberto Carvalho é para Rui Rio, que disse ter dúvidas existenciais sobre o Plano de Infraestruturas 2030. Que dúvidas são essas?

E Rui Rio, volta atrás para reagir às afirmações de António Costa sobre o crescimento de Portugal e diz: "Há uma coisa que as pessoas não sabem. Quantas pessoas emigraram entre 2016 e 2019? 330 mil pessoas. Não é porque estejam contentes!"

E José Alberto Carvalho pergunta a António Costa o que tem a dizer sobre as 330 mil pessoas que saiam de Portugal nestes 4 anos. António Costa responde: "Não sei qual é a fonte do Dr. Rui Rio. O que sei é que o saldo é positivo entre os que saem e os que entram. Os números oficiais existem até 2017, e pela primeira vez, foi positivo".

E José Alberto Carvalho retoma o tema do investimento público, questionando novamente Rui Rio sobre as suas dúvidas existenciais. E Rui Rio: "Relativamente ao aeroporto do Montijo, não tenho dúvidas. Quem poder ter é o estudo de impacto ambiental. O que eu digo é que não podemos passar por cima do estudo de impacto ambiental e da consulta pública."

José Alberto Carvalho diz que António Costa tem defendido que os grandes investimentos sejam aprovados com pelo menos 2/3 parlamentares. E pergunta: parece-lhe que esse consenso está posto em causa? E António Costa: "Há uma incongruência do PSD sobre esta questão. Primeiro defendeu o aeroporto em Alcochete. Depois passou para Alcácer. No anterior governo mudou para o Montijo. O PS aceitou trabalhar com a solução do anterior governo, que foi o Montijo. O PSD durante a discussão do Plano Nacional de Infraestruturas não pôs em causa o Montijo mas vem agora, pôr em causa o governo anterior e o trabalho dos últimos 4 anos".

E é a vez de Maria Flor Pedroso introduzir o tema dos impostos. Ambos se propõem baixar impostos em valores e escalas diferentes. E pergunta a Rui Rio: porque é que a sua proposta é melhor? E Rui Rio responde: "Com o PS nos tivemos nestes 4 anos a maior carga fiscal de sempre. Baixou o IRS, isso é verdade. Mas subiu outros impostos. Com o imposto sobre o combustível." Maria Flor Pedrosa interrompe, dizendo não explicou qual é a sua proposta. E Rui Rio: "Em 2023 temos uma margem orçamental de 15 mil milhões de euros. Destes, 25% é para reduzir impostos; 25% é para investimento público; o resto, é para despesa corrente."

E Maria Flor Pedroso faz a mesma pergunta a António Costa: porque é que a sua proposta relativamente aos impostos é melhor do que a do PSD? E António Costa recua, para responder a Rui Rio: "Se não cuidámos do futuro? Olhe aumentámos em 22 anos a estabilidade da segurança social. Reduzimos o IRS, conforme o Dr. Rui Rio confirma. Introduzimos politicas de redução fiscal aplicada a medidas concretas, por exemplo os incentivos para as famílias e o segundo filho ou os filhos que quiserem ter".

E Maria Flor Pedroso insiste: baixa menos impostos que Rui Rio? E António Costa: "Não posso fazer essa comparação. As propostas do PSD são mais uma vez um choque fiscal!". E Rui Rio reage com o tão famoso "Olhe que não". E debatem números e percentagens, e divida corrente, e percentagem do PIB, e impostos, e subida de impostos "Como é exemplo o do combustível", diz Rui Rio. E António Costa sorri, dizendo: "Do combustível?, não me fale em baixar impostos nos combustíveis fósseis!" Parece a Drª. Assunção Cristas!

E Rui Rio diz que não. "Não é isso. É o valor de imposto que mais subiu. Mas o que importa dizer é que dos 25% que nós propomos reduzir, metade é para as famílias. A outra metade é para as empresas".

Clara de Sousa introduz o tema da saúde e do Serviço Nacional de Saúde. Rui Rio diz que Sócrates falhou nas contas públicas e que, António Costa falhou nos serviços públicos. Em que parte assume responsabilidade pelo Serviço Nacional de Saúde?

António Costa: "Repusemos tudo o que tinha sido cortado. Assumo a responsabilidade por ter melhorado". E Rui Rio reage: "O que temos de perguntar é: em 2015 como é que estava? e em 2019? Está pior. As listas de espera e as dividas aos fornecedores aumentaram!" E fala na gestão dos hospitais, no pouco investimento público, nas parcerias público-privadas. E Clara de Sousa interrompe: que evidências tem de que as PPP são benéficas? E Rui Rio: "Tenho vários relatórios. Se a gestão privada for melhor e mais barata digo que não só por causa de questões ideológicas?"

E José Alberto Carvalho: se for melhor e mais barato não há razão ara não haver PPP. Ou há, Dr. António Costa? E a resposta: "Temos que inovar na gestão. As PPP, não tencionamos fazer mais, mas ir analisando uma-a-uma. A nova Lei de bases da saúde vem consagrar o que está na Constituição da República. O Serviço Nacional de Saúde é público, universal e tendencialmente, gratuito.  A nova Lei de bases da saúde visa promover um bom serviço nacional de saúde". E fala sobre as propostas do PSD, com as PPP e com a gestão privada. E termina dizendo: "Para o PSD tudo se resolve numa fé na gestão".

E Maria Flor Pedroso aproveita a deixa e diz que foi a falta de fé que levou à ameaça de demissão face à contestação dos professores, dizendo que Rui Rio está disponivel para negociar com os professores. E pergunta: o que é que os professores ganham consigo? E Rui Rio: "Vão poder sentar-se à mesa para negociar. Mas quando eu disser que não há, é para todos. Sejam professores ou juízes. Não faço como este governo".

E Clara de Sousa pergunta a António Costa: há de facto dois pesos e duas medidas? Os professores são um assunto encerrado? E a resposta: "O Dr. Rui Rio não gosta dos juízes. Mas os juízes são um órgão de soberania. Sobre os professores, cumprimos com o que nos comprometemos: descongelamento de carreiras para toda a função pública. Até 2023 todos os professores vão progredir 2 escalões. Há muitos mais assuntos para discutir com os professores. Esse não".

É a vez de Rui Rio dizer que não tem nada contra os juízes. Trata é todos de maneira igual. E diz: "Um professor que chega ao topo da carreira e que tenha um filho juiz, ganha menos do que o filho. Para mim isso não faz qualquer sentido."

E já que se falava em juízes, Maria Flor Pedroso introduz o tema da justiça, mencionando 2 casos: um 1º. Ministro preso por corrupção e a resolução do BES. Sócrates e Ricardo Salgado. Justifica-se terem passado 5 anos? Tanto tempo sem uma decisão?

Rui Rui reage energicamente: "A mim sinceramente o que me choca enquanto democrata é ver pessoas a serem julgadas nas tascas de cafés e nas capas dos jornais, com as suas vidas expostas e destruídas. Isso é que me choca. Que o que é da justiça venha para a opinião pública e que as pessoas sejam condenadas pela opinião pública, pelas televisões, e não por um tribunal. Isso é que me choca."

António Costa por sua vez diz: "Só quem conhece os processos por dentro é que sabe a complexidade dos mesmos. Mas é verdade que há processos que demoram um tempo excessivo".

É a vez de José Alberto Carvalho mudar de tema: alterações climáticas: é a batalha da sua vida? salvar o planeta?

António Costa responde: "Fomos o primeiro país da Europa a antecipar a meta de 2050 para 2030. Porque é a data que os cientistas identificam como de 'não retono.' É a batalha da humanidade". E Rui Rio: "Não é a batalha da minha vida mas é a de todos nós. Não é do PS ou do PSD. Isto é sério demais. Nós todos temos a responsabilidade. Eu até concordo com o BE! (risos). Nós temos que nos juntar, da direita à esquerda e sensibilizar todos."

Clara de Sousa, aproveitando a união de direita com a esquerda, refere os dois acordos que fizeram. Um sobre os fundos europeus. O outro sobre a descentralização. Valeu a pena?

Rui Rio responde: "Sobre os fundos europeus ainda não sabemos. Mas acho que valeu a pena". E António Costa complementa: "As negociações ainda não terminaram. Mas tem valido a pena." E Rui Rio acrescenta: "Uma coisa é as diferenças que temos. Outra coisa é o país, que tem de estar acima de tudo. A descentralização também vale a pena". E António Costa: "A descentralização é muito positivo".

E Maria Flor Pedroso pergunta porque não um acordo com a regionalização, que ambos defendem que vale a pena. Porque é que não está no programa do PSD e do PS a regionalização?

Rui Rio diz: "está a descentralização". E António Costa: "Fiz campanha pela regionalização, votei pela regionalização e acredito na regionalização. Mas o Presidente da República é contra. Já bastou uma derrota."

O debate está muito perto do fim e José Alberto Carvalho levanta a questão que está na ordem do dia noutros países da Europa: a reintrodução do serviço militar obrigatório? Rui Rio: "vai ser muito difícil essa ideia vingar em Portugal". E António Costa: "Não defendo essa ideia".

E o debate termina.

Dois mestres da politica. Cada um no seu estilo. E é mais o que os une do que o que os separa. O destino é o mesmo. A maneira de lá chegar é que é diferente. Um vai pela esquerda. O outro vai pela direita. E cabe aos portugueses votar na melhor maneira de fazer o caminho.

Tirando os argumentos de números, percentagens, PIB, relatórios, dados estatísticos,... PS e PSD estão disponíveis para defender os interesses do pais que, conforme disse Rui Rio, tem de estar acima de tudo

E é possível que venham a trabalhar em conjunto, com acordos de estado, defendendo os interesses do país e até, da humanidade. Se Rui Rio vier a ser 1º. Ministro, claro está. E António Costa? Será que ocupará o seu lugar de deputado se as sondagens estiverem manipuladas (nas palavras de Rui Rio)?
























FONTE DA IMAGEM: SICNOTÍCIAS









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