THIRD ROUND: CRISTAS/RIO. AND THE WINNER IS...
E novo debate. SIC. Clara de Sousa modera, de vestido azul petróleo. Conceição Cristas está novamente de camisa branca e casaco azul. Desta vez mais escuro. Rui Rio está de fato preto, camisa branca e gravata azul clara.
Pergunta Clara de Sousa: quanto vale o CDS depois de 2015?
Responde Assunção Cristas: "o CDS fez o seu melhor para ser uma oposição ao governo".
Ainda continua a querer ser 1ª. ministra?, pergunta Clara de Sousa. Assunção Cristas sorri, confiante.
Clara de Sousa vira-se então para Rui Rio: como reage ao facto do CDS dizer que o PSD é o partido de socorro do PS? O partido de colaboração?
Rui Rio sorri. Sorri para Clara de Sousa e sorri para Assunção Cristas, gesticulando. Acaba por dizer que a relação com o CDS é histórica e que a "alternativa à esquerda começou com Sá Carneiro".
Clara de Sousa pergunta, face aos valores das sondagens, que apontam 39% de votos para o PS se juntos não seriam mais fortes para fazer frente a António Costa?
Rui Rio responde "devemos ir sozinhos, cada partido com a sua identidade. Depois se tivermos os dois a maioria tomamos a decisão de fazer aquilo que é uma tradição histórica".
Assunção Cristas sorri. Diz que o CDS optou por fazer oposição ao governo como fez.
Rui Rio refere ter tido uma posição diferente: "colabora no sentido das melhores soluções até 2018. Mas em 2019 há 3 eleições. Aí é para mostrar as diferenças e não para trabalhar em soluções!"
Assunção Cristas refere que o CDS tem um passado construído com o PSD e que se orgulha de ter participado num governo que retirou o país da bancarrota.
Clara de Sousa pergunta qual é o lugar do CDS? Assunção Cristas responde que "o CDS sabe muito bem onde está. Votar CDS significa dar alternativa ao país por exemplo, baixar os impostos: 15% no IRS e baixar IRC".
Clara de Sousa interrompe. Decidida pergunta a Rui Rio o que faria diferente se tivesse sido governo nestes últimos 4 anos? E Rui Rio responde convicto: "A estratégia de crescimento económico não é esta. Apostava (corrige) vou apostar nas exportações e investimento. E não no consumo. Com este governo temos a maior carga fiscal de sempre em Portugal.: mais impostos, mais encargos, maior carga fiscal. Onde é que está o dinheiro?"
Clara de Sousa pergunta a Assunção Cristas: Esta baixa de impostos proposta pelo programa do CDS não é irrealista? Será prudente?
Assunção Cristas sorri, respondendo: "baixando impostos estamos a dizer às pessoas que podem sonhar e avançar. É prudente esta descida de impostos. O CDS pegou no cenário macro-económico que o governo apresentou em Bruxelas e aplicou-lhe os nossos cenários. Há um excedente orçamental que permite baixar impostos".
Clara se Sousa pergunta a Rui Rio o que pensa sobre as criticas de Mário Centeno ao cenário macro-económico apresentado pelo PSD.
Rui Rio ri abertamente: "Faz o papel dele enquanto ministro deste governo! O nosso cenário é prudente com ambição".
Clara de Sousa questiona os dois sobre as 40 horas na função pública. António Costa reverteu para as 35 horas sendo que PSD e CDS são contra. Se forem governo vão repor as 40 horas para a função pública? Não será uma medida que se for anunciada retirará votos da função pública ao PSD?
Rui Rio responde que não, "os funcionários públicos são menos dos que os que trabalham no sector privado. Não tem expressão." Clara de Sousa insiste: se sempre foi contra a reversão das 40 horas, porque é que não assume que se for governo irá reverter. Rui Rio sorri. Um sorriso incómodo: "é desejável que haja estabilidade... as coisas não podem andar sempre a mudar."
Clara de Sousa faz a mesma pergunta a Assunção Cristas que responde não fazer sentido existirem dois regimes diferentes: 35 horas na função pública e 40 horas no privado. E que a reversão para as 35 horas teve um efeito dramático por exemplo, na saúde. "Se chegarmos ao governo e passarmos para as 40 horas, vai ser bastante contestado. Mas para isso temos que melhorar os salários na função pública. A solução é baixar os impostos para todos, sejam funcionários públicos os privados."
O debate avança. Vem o assunto da Comissão Parlamentar sobre os professores e as carreiras e depois o volte-face dos dois partidos. Porque e´que não assumiu o erro? E porque é que demorou três dias a reagir?, pergunta Clara de Sousa. E Rui Rio responde quase irritado: "Não houve erro nenhum. Eu acho que se é preciso que as pessoas escutem devemos esperar que o barulho baixe e depois falamos".
Pergunta Clara de Sousa: E o CDS? Porque é que assumiu o erro? Resposta de Assunção Cristas: "Nós não conseguimos explicar as nossas condições principais que faziam parte de um pacote".
Nova pergunta de Clara de Sousa a Rui Rio: E a regionalização? PSD? é contra ou a favor? Rui Rio responde: "Descentralização sim, muito. Regionalização? Em 1998 votei contra. Hoje gostava que houvesse uma proposta que me fizesse votar a favor":
Clara de Sousa pergunta: O CDS diz não à regionalização. Numa coligação CDS/PSD, se ganharem, mantém essa posição?
Resposta firme de Assunção Cristas"A regionalização é dizer mais despesa do estado. Nós dizemos não."
É inegociável para o CDS?, insiste Clara de Sousa. E a resposta pronta: "A solução é constituir um estado social. A descentralização não passa pela regionalização".
E a menos de 10 minutos do fim do debate, Clara de Sousa faz a chamada "pergunta de algibeira" a Assunção Cristas: não se revê no ruído criado pelo líder da Juventude Popular sobre a igualdade de género?
"Isso não interessa aos portugueses", responde. Clara de Sousa insiste: Concorda ou não com o líder da Juventude? Volta a responder, bastante incomodada: "Essa questão não é importante para as pessoas". E Clara de Sousa termina dizendo: fica registado que não quis responder
"Pergunta de algibeira" para Rui Rio: António Capucho apoiou António Costa contra Passos Coelho. Está contente com este regresso? Como é que acha que se sente Passos Coelho?
Rui Rio responde quase que indignado com a pergunta: "Se cortasse relações com tudo aquilo que discordo, já não falava com ninguém. A expulsão foi injusta".
Não acha que é uma afronta?, insiste Clara de Sousa. "Não".
É verdade que existem militantes a quererem abandonar o PSD por causa deste episódio? Rui Rio respira fundo recostando-se na cadeira: "Não confirmo".
E o debate termina.
Os lideres da direita partem sozinhos na esperança de ficarem juntos. Se vierem a ter maioria parlamentar. Senão, o PSD trabalhará por soluções para o país, desde que não se verifique nenhum acto eleitoral. O CDS fará o seu melhor na oposição ao governo.
Ambos prometem baixar os impostos e não vão mexer nas 35 horas da função pública. São maioritariamente concordantes. Como é óbvio.
Amanhã há mais. Até lá!
FONTE DA IMAGEM: PUBLICO
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