SECOND ROUND: CRISTAS/MARTINS. AND THE WINNER IS...

Segundo debate. RTP 3. Moderação de António José Teixeira, de casaco preto e riscas fininhas cinzas. Camisa branca com gravata azul escura aos lacinhos brancos. Apresenta as duas mulheres: Assunção Cristas, sorridente, de camisa branca e casaco azul claro. Catarina Martins, igualmente sorridente, de blusa branca e casaca preta, com um fio de contas coloridas.

Começa o debate. António José Teixeira pergunta a Assunção Cristas se leu o programa do BE. Responde: "Li mas o que me interessa é o programa do CDS". E frisa que a grande diferença entre CDS e BE é a de "o CDS querer libertar as famílias, pessoas e empresas da maior carga fiscal de sempre". E a proposta é simples: "baixar 15% o IRS".

Mesma pergunta de António José Teixeira a Catarina Martins: Leu o programa do CDS. Responde que sim referindo que pelo menos num ponto a proposta do CDS é igual ao do BE: "aumentar o período de licença de parentalidade. De resto "os pontos de contacto são poucos". O BE não concorda com a ideia de um Portugal offshore. A solução passa por repor "mais escalões de IRS". Mas, diz Catarina Martins, o que gostava era que "o debate fosse sobre o que queremos para o país" e não apenas falar de impostos. Mas já que se fala em impostos, Catarina Martins lá vai dizendo que "o CDS gosta de apoiar os ricos e offshores".

Assunção Cristas reage, sorrindo e dizendo que leu atentamente o programa do Bloco e que este prevê o "aumento de impostos para a classe média e a supressão de 127 benefícios fiscais".

Catarina Martins sorri abertamente: "a classe média do CDS é diferente da nossa!" Assunção Cristas responde, dizendo que o "CDS é o único partido que olha para o território".

Nesta altura a mais de meio do debate, António José Teixeira questiona Catarina Martins sobre o investimento público que o programa do BE prevê em várias áreas como o emprego, a habitação, o arrendamento,... e a reversão de privatizações, como a REN a EDP,... "É sustentável e prudente este investimento?"

Responde Catarina Martins: "É essencial. Ou o país investe ou não resolvemos o problema que temos." Dá o exemplo da educação e da saúde.

Assunção Cristas defende que o CDS quer "um estado social de parceria".

Por último, a pouco mais de 10 minutos do final do debate, António José Teixeira refere que o Ambiente é o primeiro ponto do programa do BE e, o último ponto do programa do CDS. Assunção Cristas franze o sobrolho. Catarina Martins diz que " com o clima não podemos negociar. Precisamos mesmo de uma reforma estrutural da economia." Assunção Cristas refere que o ponto principal do CDS "é o território e nele está o clima". 

Última pergunta de António José Teixeira: Sendo duas mulheres a liderar dois partidos, têm uma sensibilidade especial para questões relativas a igualdade e descriminação?

Catarina é peremptória afirmando que qualquer uma das duas, qualquer mulher, já sentiu a questão da igualdade de género e que para além das questões salariais, é preciso acreditar que a justiça funciona "e que nenhum tribunal acha normal um marido atingir com uma moca cheia de pregos a cabeça da mulher porque esta cometeu adultério".

Assunção Cristas diz que "os direitos de homens e mulheres no trabalho têm de ser reequilibrados. As mulheres precisam de mais segurança e de ser mais respeitadas. E que a justiça funcione"

E o debate acaba.

Duas visões que são a antítese uma da outra. Ou não fosse uma de esquerda e outra de direita. Parece que o que as une, é o regime de parentalidade e os direitos das mulheres. Para as outras questões têm visões completamente antagónicas. Percebe-se. 

Para além de comparações com o anterior governo e a geringonça; com a carga fiscal e o "brutal aumento de impostos", a bandeira do CDS é a de que se for governo, baixará o IRS em 15%. A bandeira do BE, são várias. Muitas. Demasiadas para um debate de 30 minutos e sem possibilidade de aprofundar temas.

Assunção Cristas mais ponderada e com frases de fácil percepção e de fácil apreensão. Tipo frases efeito de um qualquer anúncio publicitário. Catarina Martins mais ponderada. Mais preocupada com o que fez e com o que pode vir a fazer e com quem.

Amanhã é folga



















FONTE DA IMAGEM: OBSERVADOR

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