RADIO ON: COSTA/RIO/SOUSA/MARTINS/CRISTAS/SILVA. WHO'S THE WINNER?

E o debate a seis. Transmitido pela TSF, Antena 1 e Renascença. Chegaram, segundo as rádio, todos sorridentes para o debate a seis e pela seguinte ordem: primeira a chegar, Assunção Cristas. Segunda a chegar, Catarina Martins. Terceiro a chegar, André Silva. Quarto a chegar, Jerónimo de Sousa, O quinto a chegar foi Rui Rio e, o último a chegar, António Costa.

 Moderam o debate Eunice Lourenço (Renascença), Anselmo Crespo (TSF) e Natália Carvalho (Antena 1). Por sorteio, começa o PAN.

Natália Carvalho (Antena 1) começa por dizer que o PAN defende para a Segurança Social um tecto máximo para as pensões mais altas, com um valor de 5.200€. E pergunta: Acha que quem desconta não tem direito a receber em função dos seus descontos? 

André Silva diz que: "O estado deve ter um tecto máximo para o pagamento de pensões. Está em cauda a sustentabilidade da Segurança Social. O PAN propõe a actualização dos escalões 2 e 3 IA, permitindo que em ciclos económicos menores a actualização não seja comida". E começa a ler as propostas do programa do PAN. Natália Carvalho pergunta: Essa medida defende uma nova fórmula de cálculo ou uma nova carreira contributiva? E André Silva lê as propostas do PAN terminando com: "Deve existir uma pensão máxima com um valor de 5.200€".

É a vez de Eunice Lourenço (RR) questionar Rui Rio sobre o mesmo tema, dizendo que o programa do PSD propõe uma contribuição profissional e outra pessoal, e que com isso a pensão pública será menos. Isso não é pôr um tecto máximo?

Rui Rio: "A Segurança Social é de muita responsabilidade para nós. Eu entendo que é nossa obrigação fazer ajustamentos na Segurança Social. Para que se possam garantir reformas seguras. O financiamento da Segurança Social não pode repousar exclusivamente sobre o trabalho. É preciso taxar o valor acrescentado das empresas". E dá exemplos, casos, valores. E termina: "As pessoas descontam como hoje mas depois podem descontar..." E Eunice Lourenço interrompe: isso não é uma forma de plafonamento? Rui Rio é peremptório: "Não. Não. Não." E fala sobre a idade da reforma, de quem de repente fica em casa, porque se reformou: "ontem trabalhava e hoje está em casa a pensar no que vai fazer". E explica: "A proposta que eu mais gosto de sublinhar é: no quadro do envelhecimento activo e na experiência adquirida, nós podemos ter a possibilidade de reduzir o tempo de trabalho e com isto ter um envelhecimento que contribui com a sua experiência". Ou seja, aproveitar a experiência dos mais velhos e aliá-la à inexperiência dos mais novos. E Eunice Lourenço: isso significa que começa a trabalhar menos antes dos 66 anos mas, irá trabalhar para lá dos 67? E Rui Rio: "Sim".

É a vez de Anselmo Crespo (TSF) questionar Catarina Martins, também sobre o mesmo tema, dizendo que o BE é contra o plafonamento da Segurança Social. Vê alguma virtude nas propostas do PAN e do PSD?

Catarina Martins: "A sustentabilidade da Segurança Social não está em causa. Está mais forte, foi criado mais emprego, Pedir mais um pouco a quem tem fortunas, foi bom. Há ideia perigosas nestas propostas do PAN e do PSD. Uma pensão de privilégio não resulta de uma carreira contributiva. No PAN é perigosa a ideia de plafonamento. É uma ideia da direita que a direita abandonou!. É preciso combater privilégios, sim. Mas respeitar as carreiras contributivas". Quanto à proposta do PSD diz: "Acho a ideia estranha. É boa ideia mas não a ideia de dizer às pessoas que se vão reformar mais tarde". E Anselmo Crespo diz que o BE defende o fim do factor sustentabilidade. Essa ideia não coloca em causa a sustentabilidade da Segurança Social? Catarina Martins: "o BE propõe o fim para quem tem 40 anos de carreira contributiva. Há pessoas que descontaram 30, 40 anos, e têm reformas de 300, 400 euros. Não pode ser. E nas pensões sociais, que não têm carreira contributiva."

Natália Carvalho (Antena 1) refere que o CDS é contra a taxa sobre as empresas, proposta pelo PSD. E pergunta: Não acha que uma nova taxa para as empresas é o caminho para a sustentabilidade da Segurança Social?

Assunção Cristas responde que: "O caminho para a sustentabilidade da Segurança Social é criar transparência e verdade para as pessoas. Para que as pessoas percebam se o que estão a descontar serve para a pensão. Saberem com o que podem contar". E fala sobre o simulador de pensões, que não chega como ferramenta, dizendo que as pessoas devem receber em casa, por carta, essa informação. Com o que já descontaram e qual será o valor da pensão se continuarem a descontar sobre aquele valor. E diz: " As pensões são cada vez mais baixas. É preciso estimular uma poupança adicional". E Natália Carvalho: Isso não são os actuais PPR? Assunção Cristas: "É reforçar o que já existe". Natália Carvalho insiste: o que é que isso ajuda na sustentabilidade? E Assunção Cristas: "Ajuda às pensões." E fala sobre os sonhos das pessoas, sobra as empresas quererem investir em si próprias, com o avanço tecnológico e a entrada da robótica, concluindo: "É preciso libertar os encargos sobre as empresas." Natália Carvalho pergunta de outra maneira: Não reconhece que hoje, com menos mão de obra qualificada e com a entrada de robôs nas empresas, não deverão ser taxadas essas empresas? E Assunção Cristas é taxativa: "Se há menos pessoas há menos pensões para pagar".

E Eunice Lourenço (Renascença) pergunta a Jerónimo de Sousa: O que acha sobre a proposta do PSD? Em poder trabalhar menos e depois mais, para além da idade da reforma?

Jerónimo de Sousa: "O principio é sempre o mesmo: a privatização de segmentos da Segurança Social. Aquilo que alguns pretendem, não estão a pensar nos que têm pensões muito altas. Estão a reduzir a Segurança Social para os pobrezinhos. Devia ser um direito, de quem tem uma longa carreira contributiva. Têm o direito que se reforme por inteiro. Dizer a uma mulher têxtil, no fim de 40 anos de trabalho, à frente de uma máquina, que não se pode reformar com 65 anos, está fora de questão". Eunice Lourenço: E sobre taxar as empresas? Jerónimo de Sousa é peremptório: "Tem razão. Nós há muitos anos que defendemos isso. Deveria haver numa empresa com lucros imensos, uma contribuição como reforço da sustentabilidade da Segurança Social. Mas enquanto existirem salários baixos, as reformas são baixas. Com mais emprego, há mais sustentabilidade da Segurança Social. É preciso subir os salários".

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a António Costa: Está disponivel para criar uma taxa sobre as empresas?

António Costa diz que o que é preciso é "Assegurar a confiança na Segurança Social." E que no seu governo: "começámos a devolver os cortes que tinham sido feitos pela PSD e CDS". Anselmo Crespo interrompe: Isso foi o passado. E o futuro? E António Costa: "A Segurança Social ganhou 22 anos de sustentabilidade. Significam 20 mil milhões de euros em reservas da Segurança Social". Anselmo Crespo insiste: Se vier uma crise?, isso não fica em causa? E António Costa afirma: "Não. Adiámos em 22 anos a necessidade de recorrer a esse fundo". E Anselmo Crespo: então não é necessária uma nova taxa? António Costa: "Temos criado outras taxas. Por exemplo, o adicional do IMI ficou condicionado à Segurança Social. E no IRC, até 2% fica consignado ao fundo da Segurança Social. E porque é que é sobre o IRC? Porque o IRC taxa o lucro."

E André Silva interrompe, dizendo querer comentar as declarações do BE: "Convergimos na ideia do tecto máximo das pensões. É preciso acabar com os privilégios". Catarina Martins reage de imediato: "Nós não convergimos nessa ideia. É preciso acabar com os privilégios. Mas a proposta do PAN, parece mesmo da direita!.

Rui Rio fala da demografia. E que esse é o maior problema: "Vai haver muita gente com ais de 65 anos e pouca gente a descontar para a Segurança Social. Temos de ter um modelo que assegure o poder das reformas. Esse fundo da Segurança Social de 20 mil milhões de euros pode pagar 2 anos, no máximo". António Costa reage de imediato: "Se ninguém contribuir com nada. Está a assumir que 10 milhões não vão contribuir?" E Assunção Cristas acrescenta: "Quem recebe hoje 1.000€, vai levar para casa 500€ de reforma".

E Eunice Lourenço (Renascença) remata, dizendo que talvez por isso haja tantas propostas. E avança para novo tema: reforma do sistema politico. E pergunta a Rui Rio: Acha que a redução do número de deputados melhora a democracia?

E Rui Rio: "É vital para o sistema democrático! A forma como os partidos funcionam, a começar pelo meu, não transmite confiança aos eleitores. O regime degrada de uma forma brutal a democracia. É preciso alterar a forma de eleger os deputados". Eunice Lourenço pergunta: concorda com os círculos uninominais como propõe o PS? E Rui Rio: "Não sou totalmente de acordo. Mas pode-se explorar essa ideia. É preciso reduzir os círculos e o número de deputados. 230 é muito. E limitar os mandatos dos deputados!"

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a António Costa se está disponivel para discutir a reforma do sistema politico? E António Costa: "Não conheço vantagens nessa discussão de reduzir os deputados. 230 está dentro da média europeia. O efeito de redução - diminuir a dimensão dos círculos eleitorais como propõe o PSD - só tem um único efeito: reduzir a proporcionalidade. Vem do tempo do Cavaco e tinha o objectivo de terminar com o CDS. Agora o Dr. Rui Rio aceita o CDS e acha que têm de ter deputados!" (ouvem-se risos. Assunção Cristas agradece a preocupação). E Eunice Lourenço (Renascença) pergunta: É uma reforma que não se fará? E António Costa responde: "Nada que acabe com a proporcionalidade. Há uma reforma a fazer mas na descentralização. O problema não está na assembleia da república mas na forma como descentralizamos as competências". Natália Carvalho (Antena 1) insiste: Está disponivel para entendimento nessa área, com o PSD. E António Costa: "As reformas não são só entre PS e PSD. Fazem-se com o CDS, o PAN, o PCP, o BE. E com os novos partidos que vão fazer parte do parlamento".

Natália Carvalho (Antena 1) diz que o PCP recusa fazer alterações à leis laborais: Porquê? É algum receio?

Jerónimo de Sousa:"A inquietação é sobre os objectivos de quem pretende mexer." E volta à questão da proporcionalidade "entre a percentagem de votos e os deputados eleitos. Há pessoas que votam num partido e nunca vêem o seu candidato eleito". E fala sobre os deputados e o papel importante que desempenham, nomeadamente com o contacto e proximidade que têm com as pessoas e as associações. E avança com o anúncio de uma proposta: "Para formar um partido são necessárias 7.500 assinaturas. Para um grupo de cidadãos apresentar uma iniciativa legislativa, são necessárias 25.000 assinaturas. É mais fácil formar um partido do que poder ser interventivo e apresentar uma proposta legislativa para discussão. Deve ser reduzido este número."

Todos manifestaram o seu acordo e Eunice Lourenço (Renascença) volta aos círculos eleitorais, dizendo que o PAN propõe o contrário do PSD.

E André Silva: "Nós temos cidadãos de 1ª. e de 2ª.. 500 mil votos não serviram para eleger nenhum deputado  nas últimas eleições. 500 mil votos. Propomos a redução dos 22 círculos eleitorais para 9, correspondendo às NUT'S" E lê as propostas do programa do PAN, dizendo por fim: "O nosso modelo tem de ser do século XXI e não do século XIX". E dá um exemplo sobre esta mudança: "O Alentejo todo, elege 8 deputados. Com esta alteração passaria a eleger 15". Eunice Lourenço pergunta: seria mais fácil para o PAN eleger no Alentejo? E André Silva: "Seria mais fácil para todos."

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a Catarina Martins qual é a sua opinião sobre esta proposta do PAN?

E Catarina Martins: "Não conheço muito bem esta proposta do PAN. Ao PS e ao PSD seria muito confortável reduzir o número de deputados. As pessoas não se sentem representadas porque vêem os partidos maioritários conectados com o sistema económico". E fala desta promiscuidade, dando exemplos de ministros que agora são administradores. E de administradores que agora são ministros. E de deputados que têm representações em escritórios de advogados. E na saúde. E Anselmo Crespo pergunta: E o BE?, não? E Catarina Martins afirma: "Não". 

Anselmo Crespo (TSF) fala na questão da exclusividade dos deputados. E pergunta a todos: Não será porque são mal pagos? Os salários dos deputados têm de subir?

Catarina Martins: "Os salários são todos baixos em Portugal e antes destes temos que resolver os outros. Quem está na politica deve estar por convicção, para prestar serviço público".
Assunção Cristas: "Há mais vida para lá do estado e do sistema politico. Não é o mais importante para o país."
António Costa: "Não é prioritário pata o país. As pessoas estão interessadas é no crescimento, na economia."

E Natália Carvalho (Antena 1) pergunta a Rui Rio porque é que esta proposta está no programa do PSD?, como um pilar do programa?

Rui Rio: "Há muitos anos que tem vindo a crescer o descrédito da população sobre os partidos e os políticos. Este afastamento entre as pessoas é negativo. Os valores estão abandalhados: a democracia, a liberdade. Eu não estou confortável com isto". E volta à proporcionalidade dizendo que a mesma se "resolve facilmente nos círculos mais pequenos. É uma questão matemática." E reage às declarações de Catarina Martins, sobre a promiscuidade entre políticos e privados: "Eu não estou feito com nenhum poder instalado. Comigo podem estar descansados. É uma das coisas que me move."

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a Assunção Cristas: os políticos são mal pagos? E Assunção Cristas: "Isso não é importante". E Anselmo Crespo: Mas é a minha pergunta.  E Assunção Cristas fala sem responder. E Eunice Lourenço (Renascença) pergunta-lhe: preocupa-a o afastamento entre os políticos e os cidadãos com diz o PSD? Assunção Cristas responde: "Claro que sim!" E Anselmo Crespo insiste: Ainda não respondeu à minha pergunta inicial. Tem o problema da promiscuidade? Assunção Cristas responde firma: "Não. Pessoas que têm uma vida profissional boa dificilmente virão para a politica. E não é só uma questão salarial. É preciso explicar que quem está na politica está por serviço. E é preciso acabar com a corrupção."

Anselmo Crespo (TSF) volta-se para André Silva: os políticos são mal pagos?

E André Silva começa a falar das 500 mil pessoas que não vêm os seus votos traduzidos num mandato. "Há que repensar o sistema eleitoral". E começa a ler as propostas do programa do PAN, sem para. Até que Anselmo Crespo diz: e a resposta à minha pergunta? E André Silva continua no mesmo registo, como se não ouvisse a pergunta, lendo o programa do PAN. E Anselmo Crespo diz: não pode ler o programa do PAN de cada vez que intervêm. E André Silva continua a ler. Anselmo Crespo: São ou não bem pagos? E André Silva depois de terminar a leitura do programa diz: "Os salários todos em Portugal, são todos baixos."

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a António Costa se aquele é um tema que devia ser debatido. E António Costa: "O que é fundamental é os políticos falarem a verdade e as pessoas verem que os políticos cumpriram o que prometeram". Reage Assunção Cristas: "Prometeu reduzir a carga fiscal e não o fez!" Anselmo Crespo insiste: E sobre os salários dos políticos? António Costa: "Os políticos fariam mal em preocupar-se com este assunto antes de resolver os salários baixos de Portugal".

Eunice Lourenço (Renascença) pergunta a Jerónimo de Sousa se concorda com esta proposta do PS?

Jerónimo de Sousa: "Defendo que olhar para os salários dos políticos pressupõe olhar para o país que temos e para os salários dos portugueses. Em Portugal trabalha-se para empobrecer". E dá exemplos, questionando: "Os políticos bons serão os bem pagos? Isso não é linear. Eu continuo com o salário de metalúrgico e isso não foi factor condicionador da minha identificação com o povo".

E com mais de uma hora de debate, Anselmo Crespo (TSF) introduz o terceiro tema: Justiça e Corrupção. O BE é o único que mantém a proposta para criminalizar o enriquecimento ilícito?

Catarina Martins: "Enriquecimento injustificado, que tem que ver com os titulares de cargos públicos e políticos. Quando um titula de um cargo público não é capaz de explicar o enriquecimento que teve, esse dinheiro deve ser confiscado a 100% pelo estado." Anselmo Crespo: Essa proposta é constitucional? E Catarina Martins: "Os cargos públicos estão sujeitos a prestar essa declaração. É público. Se aparece uma fortuna e não consegue justificar, é um enriquecimento injustificado".

Natália Carvalho (Antena 1) pergunta porque é que o PS se opões a esta ideia.

António Costa: "Se houver alguma desconformidade entre o que declaramos e o que temos, estamos a cometer um crime de falsas declarações.Não é necessário crias um crime novo.É aplicar a lei que já existe... (e a rádio perde a transmissão, por segundos intermináveis que não chegaram nem a meio minuto) Retorna com Rui Rio: "para mim faz sentido aplicar a lei que existe. Concordo com o PS."

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a Rui Rio: como resolve a corrupção em Portugal?

Rui Rio: "Fazendo o julgamento no sitio certo. Não defendo o combate da corrupção nos jornais e nas televisões. Não é tudo corrupto. É um fenómeno que existe e que irá existir sempre. O combate à corrupção não nos compete a nós. Compete ao ministério público e à policia judiciária. Compete-nos a nós, dar-lhes os instrumentos para poderem agir".

Eunice Lourenço (Renascença) pergunta a Jerónimo de Sousa se concorda e se o PCP não tem nenhuma proposta?

Jerónimo de Sousa: "Foi à Assembleia da República uma proposta nossa sobre o enriquecimento injustificado. Sem o reforço de meios de investigação é muito difícil acabar com a corrupção, mas é preciso acabar. Estou de acordo com a complexidade de processos mas isso não invalida uma maior celeridade". Anselmo Crespo (TSF) diz: Significa que existe lentidão na justiça. O que é que falta fazer? É mais cabeças? E Jerónimo de Sousa: "Sem ovos não se fazem omeletes!"

E Anselmo Crespo (TSF) vira-se para António Costa dizendo que o PS apresenta a proposta de pena acessória para condenados por corrupção. É só isso?

António Costa explica que o PS tem um conjunto de propostas que passam pela "prevenção, pela nova lei orgânica da policia judiciária,..." Anselmo Crespo interrompe: O problema não é esse. As condenações? António Costa: "O primeiro problema é prevenir antes de punir. A corrupção nasce de crias dificuldades para vendes facilidades".

Eunice Lourenço (Renascença) refere que o PAN tem uma proposta: promover a denúncia. Isto inclui denunciantes criminosos ou só denunciantes?

André Silva começa a ler as propostas do programa do PAN, dizendo que "existem 4 propostas de vários..." Natália Carvalho (Antena 1) interrompe-o dizendo: não vai ler outra vez o programa do PAN! E Eunice Lourenço diz que é uma pergunta concreta. E André Silva continua a ler o programa, como se não as ouvisse. E Natália Carvalho: não respondeu à pergunta da minha colega. Sim ou não? André Silva continua a ler, sem parar. Natália Carvalho volta a dizer: fizemos uma pergunta. Sim ou não? André Silva termina a leitura e diz: "Todas as pessoas". E Eunice Lourenço: inclui denunciantes com implicação no crime? E André Silva: "Para todos".

Assunção Cristas intervêm dizendo que "O combate à corrupção é uma das primeiras linhas do CDS. É preciso ter mais em áreas sofisticadas, como são os crimes financeiros e digitais. E melhorar a legislação". E dispara: "O PS só despertou para esta matéria na última semana da legislatura. Em 4 anos não fez nada". António Costa reage de imediato: "E o que é que o seu governo fez?" E Natália Carvalho (Antena 1) pergunta a António Costa: a pena acessória do PS é para? Mas é Assunção Cristas que diz: "Deixem-me dizer as propostas do CDS!". E Natália Carvalho: Não vali ler o programa também! E Assunção Cristas responde firme: "Não vou ler porque sei de cor!" E fala, fala, fala. Termina com a frase: "Garantir que o ministério público não tem intervenção do poder politico. E isso afasta-nos muito do PS". António Costa reage: "Do PS? Do PSD!" E Assunção Cristas confirma: "sim, do PSD." E Rui Rio pergunta: "Do PSD?"

Eunice Lourenço (Renascença) pergunta a Rui Rio como é que resolve a violação do segredo de justiça?

Rui Rio: "Tem de ser aplicado a todos os portugueses". E dá o exemplo de alguém que sabe que "não pode dizer ao vizinho determinada coisa mas vai contar. E o vizinho por sua vez, agarra e mostra a não sei quantos aqueles papéis". E continua, dizendo que depois essa informação chega a alguém que a publica para toda a gente, "quando todos sabem que é segredo de justiça!". Natália Carvalho (Antena 1) interrompe: os jornalistas passam a ser os culpados? E Rui Rio: "O que eu estou a dizer não é politicamente correcto". E Anselmo Crespo (TSF) pergunta: mesmo que seja de interesse público? Rui Rio responde: "agora vão-me atacar todos!"

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a Jerónimo de Sousa se as propostas do PAN e do CDS fazem sentido?

Jerónimo de Sousa: "Tenho sempre muita reserva sobre delação premiada.  Talvez por causa do antes do 25 de Abril. Tenho muita relutância em aceitar."

Assunção Cristas esclarece: "O que o CDS defende é o estatuto do arrependido". E António Costa: "O estatuto do arrependo abrange quem pratica o crime." E Assunção Cristas diz: "A proposta do PAN para a constituição de tribunais especializados é característico de regimes totalitários." André Silva reage: "oiça..." Natália Carvalho (Antena 1) interrompe-o dizendo: sem ler o programa por favor. E André Silva: "Relativamente à delação premiada o que defendemos é que é preciso proteger os denunciantes. As restantes propostas (do tribunal especializado) sustentam-se nas recomendações da OCDE". E António Costa reage: "Não. O que a OCDE recomenda é a especialização de profissionais e não de tribunais especializados." E acrescenta: "Toda a gente fala muito sobre a policia judiciária mas, as alterações fiz eu, enquanto ministro da justiça e agora, enquanto 1º. Ministro". Assunção Cristas responde que há muitas queixas e que "não basta fazer leis, tem que se dar mais." E António Costa; "As queixas são pelo menos de há 40 anos. E vão continuar". E Assunção Cristas continua: "a inacção destes últimos 4 anos..." E António Costa interrompe-a: "Tem alguma coisa concreta a acusar?" E Assunção Cristas. "Não, não."

É a vez de Anselmo Crespo (TSF) perguntar a Catarina Martins o que tem a dizer sobre a proposta do PAN?

Catarina Martins: "É preciso mais meios para investigar o crime financeiro e digital. Mas é preciso cuidado com as propostas. A delação premiada serve para destruir a democracia. Quanto à fuga de informação, é verdade. Mas atar os jornalistas, não. A imprensa é livre. Também dependemos da imprensa para combater a corrupção".

O debate está prestes a terminar e Natália Carvalho (Antena 1) pede desculpa a Jerónimo de Sousa. Foi o que gastou menos tempo pelo que foi prejudicado. Jerónimo de Sousa responde: "É o costume."

E a poucos minutos do fim, há tempo para uma pergunta de sim ou não a cada um:

Natália Carvalho (Antena 1) pergunta a António Costa: Jantares oficiais sem carne na ementa, sim ou não? Resposta: "Sim. Vão ser só de peixe porque temos o melhor peixe do mundo". (risos)

Eunice Lourenço (Renascença) pergunta a Rui Rio: Legalização da cannabis na saúde? Resposta: "Não."

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a Jerónimo de Sousa: Conforme propõe o PAN, concorda com as touradas sem o touro? Resposta: Respeitamos a tradição, a história, a vivência e a cultura de cada povo".

Eunice Lourenço (Renascença) pergunta a Assunção Cristas: Concorda com a proposta do BE, do direito de voto ser a partir dos 16 anos? Resposta: "Não".

Natália Carvalho (Antena 1) pergunta a Catarina Martins: Surpreende-a o facto da Universidade de Coimbra ter cortado da cantina a carne de vaca? Resposta: "Não."

Anselmo Crespo (TSF) pergunta a André Silva: Concorda com a revisão do acordo ortográfico? Resposta: "Sim."

E o debate termina. Uf!

Um candidato aparentemente confiante, um candidato politicamente incorrecto, um candidato quase ausente, uma candidata cheia de si, uma candidata igual a si própria e, um candidato que não sabe o programa, debateram-se durante quase duas horas sobre temas como a justiça, a corrupção, os salários dos políticos, o número de deputados, a segurança social, as pensões e a idade da reforma.

E tanto que ficou por dizer. Nem uma palavra sobre alterações climáticas. Nem uma palavra sobre impostos. Nem uma palavra sobre educação. Nem uma palavra sobre cultura (sempre esquecida). Nem uma palavra sobre o mar, as pescas, a agricultura. Nem uma palavra sobre reformas estruturais. Teriam de ser não sei quantos debates, durante não sei quantos dias. 

António Costa limita-se a responder, argumentando que cumpriu com o que tinha prometido. Rui Rio o politicamente incorrecto, concorda com todos e, discorda com todos. Catarina Martins, nem ataca nem defende; está bem como está e se tiver de ter um acordo com a direita,... parece não pôr de lado essa hipótese. Assunção Cristas é ela própria, sempre com a última palavra, sempre ao ataque, sempre a repetir a mesma frase: "a maior carga fiscal de sempre". André Silva parece perdido nestas andanças. Falta-lhe calo. Mas é andando que eles aparecem! Jerónimo de Sousa deixa-os falar, com a sua calma e coerência de sempre.

Seguem-se mais dois debates. Um nas rádios (entre Costa e Rio) e outro nas televisões (novamente a seis). Depois é a azáfama da campanha eleitoral, com brindes e materiais de campanha, e almoços e jantares, e festas e festarolas, e que vão custar no mínimo 8,1 milhões de euros. 

Nem uma palavra sobre estes 8,1 milhões de euros.

Até breve!

















FONTE DA IMAGEM: TSF























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