NINTH ROUND: CRISTAS/COSTA. AND THE WINNER IS...

Primeiro debate na TVI. Modera Pedro Pinto de casaco azul escuto, camisa branca e gravata azul clara. António Costa com aquele ar sério/riso, de casaco azul escuro, camisa azul clara e gravata vermelha. Assunção Cristas também de casaco azul escuro e por baixo, uma t-shirt branca.

E Pedro Pinto faz a primeira pergunta a Assunção Cristas: Não está disponível para um acordo parlamentar com o PS?

Assunção Cristas dá as boas-noites e diz: "estou aqui para mostrar o projecto do CDS". E o projecto do CDS, diz Assunção Cristas, passa por "criar um estado social de parceria  e acabar com a maior carga fiscal de sempre".

Pedro Pinto insiste: não há espaço para um acordo com o PS? Assunção Cristas, ao ataque, diz que o governo PS "adiou reformas estruturantes no pais" e que "governou entre parêntesis". E Pedro Pinto volta a insistir: Nem para um acordo de regime? 

E é então que Assunção Cristas afirma: "Somos uma oposição positiva e nunca nos impediu de apresentar propostas e aprovar outras propostas. Nós estamos sempre a olhar para o interesse do país".

António Costa reage dizendo que: "Entre o PS e o CDS há um enorme fosso." E fala sobre o programa do CDS, nomeadamente sobre as propostas relativas ao abono de família e ao acesso de jovens à faculdade que, não entrando, podem pagar para entrar. E pergunta: "Uma criança de uma família rica vale mais do que uma criança de uma família pobre? E o dinheiro?, pode comprar tudo?"

Assunção Cristas responde, sorrindo nervosa: "estamos asfixiados com a maior carga fiscal de sempre, com os piores serviços públicos de sempre". E fala de seguida, quase sem respirar, da habitação, do arrendamento, das despesas, das rendas,...

E Pedro Pinto interrompe. Assunção Cristas tem neste momento quase o dobro do tempo. E muda de tema perguntando a António Costa pelos impostos: que compromisso pode assumir relativamente a redução de impostos para os próximos 4 anos?

E António Costa: "A redução de impostos será aquela que permitir politicas adequadas". E Pedro Pinto insiste: Consegue quantificar o montante dessa redução de impostos? E António Costa é peremptório: "Não posso quantificar o montante. Vamos aumentar o número de escalões de IRS."

E Assunção Cristas aproveita para dizer mais uma vez que: "deve haver uma efectiva libertação das famílias da maior carga fiscal de sempre". E Pedro Pinto pergunta a António Costa se temos mesmo a maior carga fiscal de sempre?

António Costa respira. Está sério. Encara Assunção Cristas dizendo: "A carga fiscal de hoje é menor do que aquela que teríamos se o governo do qual fez parte a Drª. Assunção Cristas, tivesse continuado a governar". E acrescenta que a carga fiscal subiu porque existem mais rendimentos. E que "subiram as receitas da Segurança Social graças à descida da taxa de desemprego e da melhoria dos rendimentos das famílias". Concluindo que são esses factores que fazem com que a carga fiscal cresça. "Há mais rendimentos, há mais descontos, há mais receita, há mais IRS."

Pedro Pinto pergunta a Assunção Cristas: convencida? Resposta imediata: "Estou farta de ouvir estas justificações no parlamento. E não, não fico convencida porque não é factual. No programa do PS o que vejo é uma subida de impostos, por exemplo quando quer englobar rendimentos prediais". E fala de vários exemplos de famílias que querem investir nas empresas e que são taxadas pelo investimento e não pelo lucro. E que por exemplo, ninguém fala do IVA dos combustíveis "que faz mossa nas carteiras das famílias que precisam dos carros para se deslocarem".

Pedro Pinto olha para António Costa que afirma: "Não vai haver aumento de impostos nos próximos anos". E das várias coisas que diz, com números e percentagens, afirma que Assunção Cristas "quer reduzir IVA nos combustíveis fósseis, nós queremos baixar o IVA para as famílias". E conclui: "A actual carga fiscal é menor do que a prevista no Pacto de Estabilidade apresentado pela Drª. Assunção Cristas há 4 anos".

Assunção Cristas sorri, dizendo. "Convido-o a ler com muita atenção o programa do CDS, porque não o fez." E fala, fala, fala. ininterruptamente. Quase sem respirar. Explicando as contas do programa do CDS, com valores e percentagens, que utilizaram o programa do governo, que é possível reduzir o IRS, o IRC, e "aplicar 60% da folga orçamental para que as pessoas possam voltar a sonhar".

António Costa está de mãos entrelaçadas. Apenas afirma que: "Nunca fiz promessas que não podia cumprir". E continua dizendo que "os 60% da folga orçamental que o CDS diz que irá reduzir no IRS, não chega nem para pagar 1/5 do valor necessário". E afirma que "essa medida iria colocar o país outra vez num caos económico e financeiro".

O debate está quase a terminar. Os tempos não estão equilibrados. Assunção Cristas falou muito mais que António Costa. E quer responder. Quer reagir. Mas Pedro Pinto diz já não haver tempo e que resta uma última questão para cada um. E começa por Assunção Cristas: se o CDS eleger menos de 18 deputados, significa que falhou a sua liderança?

Assunção Cristas sorri, dizendo que: "Não me preocupa a minha liderança. Preocupa-me o pais com um governo de esquerda. Não acredito num país governado por uma maioria absoluta ou com a extrema esquerda. O CDS é o voto certo para garantir um governo de centro-direita".

E Pedro Pinto vira-se para António Costa dizendo que: afirmou que os portugueses não gostam de maiorias absolutas. Mário Centeno disse que é mais fácil governar com uma maioria. Há dois discursos diferentes? Um para dentro e outro para os portugueses?

António Costa sabe que vai ser ele a terminar o debate e diz: "Desejo que os portugueses acordem dia 7 tranquilos e que possam continuar nesta trajectória de boas politicas. O PS é o partido do bom senso".

E o debate termina.

Há de facto um fosso entre PS e CDS. Assunção Cristas tem uma ou duas frases efeito que diz sempre e a toda a hora. Como uma campanha publicitária do tipo "Coca-Cola é que é!" António Costa é um 'animal politico'. Não se compromete. Não se irrita. A verdade é que se limita a reagir ao que vai sendo dito. 

Será mais forte a frase "reduzir o IRS 15%"; ou será mais forte a frase "não vai haver aumento de impostos nos próximos anos"? E acordos de regime? Para as necessárias reformas do país? Estão fora de questão. Nunca serão feitas entre PS e CDS. A acontecerem, serão apenas de três maneiras possíveis: com uma maioria absoluta (seja de que partido for), com um acordo de centro-direita ou, com uma nova 'geringonça'.  

Aguardemos pelo próximo!
























FONTE DA IMAGEM: O JORNAL ECONÓMICO


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