VIVA A REPÚBLICA!
Na próxima sexta-feira, a República faz 108 anos. Depois do regicídio em 1908, um jovem príncipe, tornou-se Rei com apenas 18 anos. Reinou pouco mais de dois anos.
Imaginem o que terá sido.
Um grupo de revoltosos concentra-se em Alcântara naquele dia 3 de Outubro de 1910. Republicanos tomam três navios de guerra que estavam ancorados no Tejo: Adamastor, São Rafael e D. Carlos I. Outros, concentram-se numa barricada na Rotunda.
As tropas movimentam-se. As colunas de revoltosos da Rotunda e de Alcântara avançam. Há conflitos armados. Mortos. Gritos. Perto do meio-dia do dia 4 de Outubro, os navios Adamastor e São Rafael bombardeiam o Palácio das Necessidades, onde o Rei, D. Manuel II, se encontrava.
Na manhã do dia 5 de Outubro, a família real embarca na praia dos pescadores na Ericeira, no iate real Amélia, rumo a Gibraltar.
Na varanda dos Paços do concelho de Lisboa, José Relvas proclamava a República. Teófilo Braga tornava-se no primeiro Presidente do então governo provisório.
D. Manuel II exilou-se em Inglaterra. Onde viveu e morreu. Não mais voltou ao seu país mas deixou escrita a vontade de ser sepultado em Portugal. No seu Portugal. E Salazar, com honras de estado, transladou os seus restos mortais para o Panteão Real da Dinastia de Bragança: o Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
A monarquia terminava e a República nascia, cheia de esperança e de sonhos. E com ela, o símbolo do regime republicano inspirado na “Liberdade guiando o povo” de Eugène Delacroix, com uma mulher mostrando o peito, simbolizando a mãe pátria e a força do povo.
Vem isto a propósito de uma conversa que ouvi na rua. Alguém perguntava: "Olha lá, sabes porque é que a República tem as mamas ao léu?" E alguém respondeu: "Para dar mama à nação!"
E se a mulher de Delacroix simboliza a mãe pátria, a resposta não estará longe da verdade. As mães amamentam os seus filhos para que cresçam. E a República precisava de crescer. De ser amamentada. E ainda hoje a mama é uma verdade: há os que têm uma grande mama; há os que gostavam de ter uma mama; há os que já nascem com uma mama; há os que não sabem o que é ter uma mama; há os que têm a mama mas não sabem mamar; e há até os que têm um mamar doce! 😊
Mas, em 1916, e num Portugal de gosto conservador, a República foi vestida com uma toga e uma capa sobre os ombros. Acabava-se a mama. Pelo menos de uma forma tão evidente e explícita. 😊
Da imagem inicial, inspirada em Delacroix, ficou o barrete frígio. Uma espécie de gorro vermelho que um povo heroico da Frígia, actual Turquia, usava. Vários povos adoptaram este barrete: os troianos, os espartanos, os macedónios, os normandos… e no império romano os escravos que se emancipavam, usavam este barrete como sinal de liberdade.
E será por isso que este barrete vermelho se tornou num símbolo de liberdade, adoptado pela revolução francesa, pela guerra de independência dos Estados Unidos da América, como símbolo de várias nações sul-americanas…
A República Portuguesa tem o barrete frígio. Na estátua. No busto. E até em moedas de escudos.
Mas a verdade é que é feriado. Por isso, bom feriado e viva a República!
E são três dias de sol e calor 😊. Aproveitemos pois, este fim de Verão ou início de Outono quente. Lembrem-se que para o ano, não há feriado. Ou por outra, o feriado existe mas coincide com um sábado 😒. Depois, só em 2020, ano de jogos olímpicos, de europeu de futebol. Ano bissexto e por isso, fim-de-semana grande 😊
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