«ILHA DE VÉNUS» E SESIMBRA

Um dia estava à espera e peguei num livro qualquer que estava em cima de uma mesa. Abri, passei uma e outra página. Li palavras. Frases curtas. Larguei-o em cima da mesa. Voltei a pegar-lhe. Abri ao acaso e dei com esta frase: “Sesimbra encrostou-se no território português como um diamante num anel.” Comprei o livro.

Num final de tarde passeávamos pela praia. Naquelas tardes sem vento, em que o sol já se pôs mas a luz continua amarela. Um céu laranja e azul e roxo, a maré baixa quase sem espraiar. Inspirei aquele ar salgado e fechei os olhos. Caminhei. Quando voltei a abrir os olhos, vi no pontão da praia do ouro um grupo de adolescentes. Aproximámo-nos. Estavam a declamar Camões. Uma das Professoras disse-nos: “Haverá lugar melhor para declamar Camões do que nesta Baía? Há aqui uma força, uma energia positiva”. Quando cheguei a casa telefonei à minha mãe para que me emprestasse os “Lusíadas”. 

Não muito tempo depois, li pela primeira vez o canto IX. No secundário, quando as aulas de português eram no Costa Marques com a professora Leonor Costa Marques, saltámos o Canto IX. “Quem quiser pode ler em casa”, disse-nos.  Li e reli e voltei a ler. “Onde a costa fazia uma enseada curva e quieta, cuja areia branca...”. A ilha dos amores… vou escrever um livro, pensei. E escrevi. Desde Setembro de 2013 a Março de 2016.

E a frase de Camões para que se “leia mais do que se vê escrito” deu o mote necessário para o próximo… e a nova aventura já começou… em Abril de 2017…


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